Colégio Dinâmica

Nutrição

  • Nutrição

    • 26 de setembro de 2017
    • Por : COLÉGIO DINÂMICA

    Matar a fome não basta: é preciso oferecer nutrientes de forma saudável e equilibrada.

    Ela é Docente no curso de Nutrição da UNIMEP e Coordenadora do curso de Nutrição das Faculdades Einstein em Limeira. Este é o perfil profissional de Muriel Siqueira, que trabalha como nutricionista do Colégio Dinâmica desde 2010 e aproveita esta edição do nosso informativo para esclarecer dúvidas sobre alimentação saudável na infância. Boa viagem por este mundo de cores, sabores e nutrientes.

    De maneira prática como você atua no Colégio Dinâmica?

    A atuação no colégio consiste em elaboração de cardápios equilibrados e saudáveis, orientação das funcionárias na execução desses cardápios, além da prática de educação nutricional.

    Existe algum estudo comprovando que as crianças bem alimentadas aprendem mais rápido?

    Sim, vários. Crianças mal alimentadas possuem dificuldades de assimilação e a fome dificulta a capacidade de concentração, comprometendo o rendimento. E quando eu digo crianças mal alimentadas não estou me referindo aquelas que não comem. Comer é diferente de nutrir-se. A alimentação oferecida aos alunos, pela escola e pelo conteúdo das lancheiras trazidas de casa, tem que conter alimentos ricos em nutrientes essenciais para essa fase tão importante. Matar a fome não basta, é preciso oferecer os nutrientes de forma saudável e equilibrada.

    O cardápio das lancheiras das crianças deve ser montado com quais ingredientes?

    A regra é básica: a lancheira deve conter alimentos mais naturais possíveis. Quanto menos alimentos industrializados, melhor. E sabemos que não é uma tarefa fácil. Demanda organização de tempo e dedicação dos pais nesse processo de montar a lancheira. Mas esse tempo será recompensado no futuro. É um investimento certeiro em saúde e educação nutricional. O ideal é evitar produtos ultraprocessados (aqueles que na lista de ingredientes do rótulo aparecem mais de 5 ingredientes e itens que mal conseguimos falar o nome!), como bolinhos embalados, biscoitos recheados, salgadinhos, refrigerantes, sucos de caixinha, etc. Esses alimentos são ricos em açúcar, gordura e sódio e através da tecnologia da indústria alimentar não sentimos esse excesso e não ficamos saciados com facilidade. Um exemplo esclarecedor é a equivalência de um pacote de biscoito recheado a 8 pães franceses. Não conseguimos comer 8 pães franceses com facilidade, de uma vez só, mas as crianças conseguem comer um pacote desses biscoitos no intervalo da escola.

    Todos os modismos da Nutrição (alimentos sem glúten ou sem lactose) também são benéficos para as crianças?

    Os alimentos isentos de algum nutriente são indicados apenas para crianças que possuem diagnóstico de alergias ou intolerâncias, ou seja, esses alimentos são para fins dietéticos específicos. A nutrição é uma ciência considerada nova e por isso, tantos modismos aparecem no anseio ao controle de peso de uma população que tem fácil acesso para aquisição de alimentos e pouco empoderamento das escolhas alimentares corretas.

    Na prática clínica, temos visto até algumas crianças, que por conta dos pais aderirem às dietas da moda, acabam estendendo isso aos filhos e com o passar do tempo, observamos que a criança que não era alérgica ou intolerante passa apresentar manifestações características quando em contato com esses alimentos. Ou seja, temos que ter cuidados com radicalismo e ditadura alimentar.

    Hoje existe um grande incentivo em colocar as crianças para cozinhar em contato com os alimentos. O que você acha desta prática?

    Essa prática é um dos melhores legados que você pode deixar para o seu filho: o interesse em cozinhar e o prazer de se alimentar com comidas caseiras. Com a nossa vida moderna e agitada, nós adultos também temos cozinhado menos e lançado mão de alimentos prontos, práticos e fáceis.

    Mas infelizmente isso não é sinônimo de saudável. Estamos ensinando isso para os filhos, moldando nosso paladar apenas com alimentos industrializados. Quantos de nós temos ótimas lembranças afetivas que envolvem cozinhar com avós, com nossos tios e nossos pais? Comer é um ato social riquíssimo e a culinária familiar, com aquele tempero secreto das receitas que reúnem todos à mesa, deve ser compartilhada e replicada. É empobrecedor perder essa cultura alimentar para produtos prontos.

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