Colégio Dinâmica

Sobre a entrada da criança na escola

  • Sobre a entrada da criança na escola

    • 23 de fevereiro de 2018
    • Por : COLÉGIO DINÂMICA

    A decisão e a escolha da escola

    A entrada da criança na escola é um momento marcante. Em primeiro lugar, é importante que a decisão de colocar a criança na escola seja tomada de maneira consciente levando em conta tanto as necessidades dos pais quanto as da criança.

    Não há uma regra que defina exatamente o que é melhor, qual o momento certo: seria ultrapassado e injusto dizer apenas que os pequeninos tem vantagens com os cuidados “exclusivamente” maternos até os 2 anos de idade sem considerar o cansaço da mãe, sua carreira profissional e a colaboração que possa ter ou não nas atividades do dia a dia com seu filho em casa. Para muitas famílias, apenas uma dessas questões já pode ser decisiva para a busca de suporte profissional.

    A primeira infância é a fase de maior e mais rápido crescimento e desenvolvimento humano: constitui a base de sua formação (personalidade, valores etc.). Aos poucos (e bem cedo) as necessidades das crianças vão se ampliando: além dos cuidados com alimentação, sono e higiene, as crianças precisam de oportunidades para conhecer, explorar e aprender o complexo mundo: das coisas, das sensações, das relações humanas. Escolas de educação infantil são especializadas em administrar com responsabilidade, cuidados, atenção e educação, oportunidades sociais e materiais para o desenvolvimento das crianças.

    Considerando estas necessidades de pais e filhos e conhecendo e concordando com os recursos físicos, materiais e profissionais da escola escolhida, a filosofia e os valores da mesma, não há motivos para que os pais se sintam culpados pela decisão. Vale lembrar, que a escola jamais desligará ou substituirá o afeto que vincula a criança a sua família: a família é e sempre será a principal base e referência afetiva de todos, mesmo que por motivos adversos ocorram distanciamentos dentro dela.

    O processo de adaptação

    Cada criança é única e reage de maneira diferente ao novo ambiente, atividades e pessoas. O processo de adaptação costuma ser um momento de ansiedades e inseguranças para todos, afinal primeiro precisamos conhecer para depois confiar.

    Em linhas gerais, os pais podem ajudar seus filhos neste momento:- se preparando: conversando e conhecendo bem como a escola procede diante do processo de adaptação e auxiliando as pessoas envolvidas no conhecimento de seus filhos; transmitindo calma e segurança, procurando controlar suas emoções e atitudes; demonstrando compreensão, amor e paciência; procurando entender as emoções, o ritmo e o momento da criança.

    A importância da rotina

    Já pensou se todos os dias você tivesse que pensar qual caminho deveria fazer para ir trabalhar, em que momento pisar na embreagem do carro, engatar as marchas, frear etc. como se estivesse ainda aprendendo a dirigir? Se todos os dias fossem como os primeiros dias de anos escolares, em que você tivesse que decidir, além da roupa a vestir e o desjejum a consumir, em qual carteira se sentar e de qual colega novo se aproximar?
    Poderia ser bastante tenso ou ao menos desgastante.

    Nossa memória (dizendo de maneira “popular”, os conhecimentos já adquiridos) nos ajuda a “acostumar”, automatiza uma série de atividades dando espaço para que nossa mente possa apreender novas experiências.

    As crianças além de terem os sentidos apurados para adquirir novos conhecimentos (elas são capazes de aprender muito mais coisas em um dia do que os adultos), tem um mundo inteiro para conhecer.

    Por isso, uma certa rotina de atividades e horários é de suma importância para dar segurança, tranquilidade e autonomia às crianças, especialmente quando se trata do ambiente escolar, um lugar rico e variado de pessoas, coisas e acontecimentos.

    Quando os pais e professores organizam os horários das crianças favorecem um bom relacionamento delas com o mundo.

    Readaptando sempre que preciso

    O ser humano é dinâmico, assim como sua sociedade. A cada coisa nova que aprendemos, mudamos e, às vezes, precisamos mudar o que está ao nosso redor. Vamos nos desenvolvendo entre estabilidades e mudanças.

    Ao longo do ano, as crianças passam por experiências novas, tanto em casa quanto na escola: uma história que ouviu, um fato que viu, um novo lugar que conheceu, um colega novo que entrou na turma, um irmão caçula que vem chegando na família… Algumas delas podem mobilizar emoções relacionadas à insegurança.

    Quando um novo ano escolar se inicia, então, são muitas novidades: professora nova, colegas novos, materiais e salas novos. Alguns podem ser motivadores, outros podem causar estranhamento, principalmente quando estava gostoso curtir, por exemplo, uma viagem em companhia dos queridos familiares… Ou seja, sentimentos e comportamentos novos em relação à escola podem aparecer. E, mais uma vez, é preciso procurar pacientemente entender o que se passa, conversar e transmitir segurança. E fazer isto em parceria com a escola, trocando ideias e informações será excelente para todos superarem, juntos, o momento. Quanto mais a criança estiver habituada e afetivamente ligada ao ambiente escolar, mais naturalmente ela poderá encarar mudanças, novidades e medos.

    Porque bebês menores se adaptam com mais facilidade à escola?

    Estudiosos afirmam que ocorrem verdadeiras relações humanas desde o início da vida do bebê (ou ainda dentro do útero materno). Os bebês nascem com rico equipamento sensorial e já nas primeiras semanas de vida se orientam em direção às pessoas, acompanhando-as com os olhos e parando de chorar, por exemplo, quando veem um rosto humano.

    Por volta do terceiro mês, o bebê passa a ter a capacidade de assinalar suas necessidades (apelar), como, por exemplo, chorar quando tem fome. O bebê explora e experimenta: ocorrem trocas constantes e interações com a mãe. Aos 5 meses é capaz de reconhecer sua mamadeira e aos 6 seleciona seu brinquedo favorito, já havendo também preferência por cuidadores (pessoas de contato habitual) em comparação com estranhos. Aqui ainda não há reação de rejeição aos estranhos e, por isto, até esta fase de desenvolvimento (a idade pode alterar conforme o bebê, mas o processo se desenvolve em padrões muito parecidos mesmo em diferentes culturas) é fácil inserir novos cuidadores, pois ainda não está definida por completo a percepção do “outro” separado do “eu”.

    Por volta dos 7 ou 8 meses esta divisão se estabelece e o bebê começa a recusar ou rejeitar pessoas estranhas (ansiedade em relação a estranhos), visto que se vincula à mãe, que é “o outro” preferido dele – estabelece-se a primeira relação de afeto/amor. O bebê chora respondendo à ausência da mãe, porque sente falta dela mesmo com as necessidades satisfeitas.

    Pode-se perceber diferenças individuais na formação de vínculos, tanto maternos, quanto com outras “figuras de apego” (estabelecidas até esta fase ou após ela). Ambientes familiares minimizam reações de medo a estranhos e mães responsivas (atentas às necessidades do bebê) favorecem a formação de uma base segura que permita ao bebê explorar e conhecer novos ambientes e retornar à figura de apego em situações de risco ou medo.

    Michelle Marin
    Psicóloga do Colégio Dinâmica

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